-----------Para todos,
Feliz Natal---------------------
e
----------------------Bom Ano
Corvo marinho
Num pôr-do-sol duma tarde outonal junto ao Rio Arade, deparei-me com esta luta pela sobrevivência entre um corvo-marinho e uma pequena enguia.
Um, o predador, com quase tudo a seu favor, tentando matar a fome; o outro, a vítima, tão indefesa quanto a diferença de envergaduras deixava transparecer, procurando esquivar-se ao seu destino de ver sacrificada a sua vida a bem da existência do inimigo.
Corvo marinho
Apesar da vantagem evidente para o lado do mais poderoso, a enguia lutou tanto quanto pôde, de igual para igual, durante muitos minutos, muitos mesmo, tentando vender cara a derrota.
Por várias vezes, conseguiu libertar-se do bico voraz do seu verdugo e mergulhar apressadamente nas águas do rio.
Corvo marinho
Mas, inevitavelmente, voltava à tona na mesma situação de desvantagem, presa pela cabeça, desferindo, com a parte posterior, fortes golpes no vazio, tentando, em vão, atingir quem a violentava.
O desfecho é desnecessário descrever. O destino estava marcado. Mas, a sua atitude de persistência e empenho na luta por algo quase inantingível tocou-me. Nem só as árvores morrem de pé e alguns humanos com honra...
Pequena palmeira
Numa rua de Alvor, encontrei esta pequena palmeira recuperando de uma poda muito agressiva.
Antigamente, cortavam-se apenas as pernadas antigas existentes na parte mais grossa do tronco. Agora, é frequente verem-se com o tronco quase totalmente despido. E a partir de tenra idade...
Ainda não percebi se é porque, assim, se desenvolvem mais depressa ou se é por qualquer outro motivo.
Esta, depois da poda, já conseguiu formar uma imagem, que me captou a atenção.
Borboleta no Outono
Tão linda quão pequena, vulgar e simétrica, esta borboleta - a espécie que a diga quem sabe - numa tarde de Outono, recupera algum calor dum fugaz raio de Sol esgueirado através das nuvens e das árvores já despidas de folhas.
Quem sabe se também tenta obter algum alimento de matéria orgânica da fruta em decomposição.
As leis naturais obrigam-na a apressar-se, caso queira sobreviver por mais umas horas e cumprir a sua missão de garantir a preservação da espécie.